1º Passo. Colheita do material - é a obtenção da peça, por biópsia (animal vivo) ou
necropsia (animal morto).
2º Passo. Fixação - o tratamento assim denominado visa impedir a destruição das
células por suas próprias enzimas (autólise), ou bactérias. Este tratamento é feito imediatamente após a retirada do material
(biópsia), ou até antes (fixação por perfusão do animal). A fixação visa ainda
endurecer os tecidos, tornando-os mais resistentes e favoráveis às etapas
subsequentes da técnica histológica.
Resumindo, pode-se dizer que a fixação é o tratamento da peça
histológica a fim de que possamos observar ao microscópio os componentes
teciduais, com a morfologia e a composição química semelhantes às existentes no
ser vivo. A fixação pode ser feita por processos físicos ou químicos. A fixação
química, mais usada em Histologia, é feita por fixadores que podem ser simples
ou compostos. Como exemplo de fixador simples temos o formol e, de composto,
citamos o líquido de Bouin (uma mistura de formol, ácido pícrico e ácido
acético).
3º Passo. Desidratação - visa retirar a água dos tecidos, a fim de permitir a
impregnação da peça com parafina. Para isto, a peça é submetida a banhos
sucessivos em álcoois de teor crescente (ex.: álcool a 70%, 80%, 90% e 100%).
4º Passo. Diafanização - visa impregnar a peça com um solvente de parafina. O
mais usado é o xilol.
5º Passo. Impregnação pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a
obtenção de cortes suficientemente finos para serem observados ao microscópio.
Para isso os tecidos devem ser submetidos a banhos de parafina a 60°C, no
interior da estufa. Em estado líquido, a parafina penetra nos tecidos,
dando-lhes, depois de solidificada, certa dureza.
6º Passo. Inclusão - é a passagem da peça que estava na estufa para um
recipiente retangular (forma) contendo parafina fundida que, depois de
solidificada à temperatura ambiente, dá origem ao chamado “bloco de parafina”.
A inclusão pode também ser feita com celoidina, gelatina ou resorcina epóxi,
sendo estas últimas usadas para microscopia eletrônica.
7º Passo. Microtomia - é a etapa em que se obtém delgadas fatias de peças
incluídas na parafina, através de um aparelho chamado micrótomo, que possui
navalha de aço. A espessura dos cortes geralmente varia de 5 a 10 um
(micrômetros). (1 um = 0,001 mm)
8º Passo. Extensão - os cortes provenientes da microtomia são “enrugados”. Para
desfazer estas rugas, são esticados num banho de água e gelatina a 58°C, e
“pescados” com uma lâmina. Leva-se então, à estufa a 37°C, por 2 horas, para
que se dê a colagem do corte à lâmina, pela coagulação da gelatina contida na
água quente.
9º Passo. Coloração - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos
tecidos, tornando-os visíveis e destacados uns dos outros. Para realizá-la, são
observados 3 itens:
- Eliminação da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou toluol.
- Hidratação - é executada quando o corante utilizado é solúvel em água. Deve ser gradativa, com álcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos.
- Coloração - os corantes são compostos químicos com determinados radicais ácidos ou básicos que possuem cor, e apresentam afinidade de combinação com estruturas básicas ou ácidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante básico, que se liga aos radicais ácidos dos tecidos, e eosina, corante ácido que tem afinidade por radicais básicos dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes ácidos são chamados acidófilos e os componentes que se combinam com corantes básicos são chamados basófilos. Por exemplo, os núcleos das células, onde predominam substâncias ácidas (DNA), são basófilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante básico de cor roxa); por sua vez, o citoplasma, onde predominam substâncias básicas (proteínas estruturais), é acidófilo, corando-se pela eosina (corante ácido de cor rosa).
10º Passo. Desidratação - visa retirar a água, quando os corantes utilizados
forem soluções aquosas, a fim de permitir perfeita visualização dos tecidos,
pois a água possui índice de refração diferente do vidro, e ainda prevenir a
difusão dos corantes. Para isto usam-se banhos em álcoois de teor crescente.
11º Passo. Diafanização - a diafanização é feita com xilol, a fim de tornar os
cortes perfeitamente transparentes.
12º Passo. Montagem - é a etapa final da técnica histológica, e consiste na
colagem da lamínula sobre o corte, com bálsamo do Canadá, que é solúvel em
xilol e insolúvel em água. A lamínula impede que haja hidratação do corte pela
umidade do ar ambiente, permitindo então que estas lâminas se mantenham
estáveis por tempo indefinido. Após a montagem, levam-se as lâminas à estufa,
para secagem do bálsamo do Canadá.
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