quarta-feira, 28 de março de 2012

O folheto germinativo é o tecido embrionário que origina os diversos tecidos e órgãos de um animal adulto. Com exceção dos poríferos, sem folhetos, portanto não havendo diferenciação tecidual, e dos cnidários com dois folhetos germinativos (diblásticos ou diploblásticos), todos os demais grupos de animais apresentam três folhetos germinativos (triblásticos ou triploblásticos). 

Diblásticos → ectoderma e endoderma 
Triblásticos → ectoderma, mesoderma e endoderma 

Assim como os cordados, os três tipos de folhetos embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma, surgem simultaneamente durante o processo de gastrulação (fase de gástrula), inicialmente formado por duas camadas de células: externamente o ectoderma e internamente o mesentoderma. Essa última camada origina em seguida o mesoderma e o endoderma. 

Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na formação dos tecidos e órgãos, são: 

Ectoderma: 
- Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas); 
- Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal); 
- epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal. 

Mesoderma: 
- Forma a camada interna da pele (derme). 
- Músculos lisos e esqueléticos; 
- Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo); 
- Sistema esquelético (ossos e cartilagem); 
- Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas). 

Endoderma: 
- Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal; 
- Sistema respiratório (pulmão); 
- Fígado e pâncreas.
http://www.mhhe.com/biosci/genbio/virtual_labs/BL_16/BL_16.html

Esse link é a dissecção de um sapo online, muito interessante!
Representação : Arquêntero, Mesoderme, Ectoderme

Recapitulando...
Segmentação: aumento do número de células (blastômeros); 
Mórula: grupo de células agregadas. Lembra uma amora; 
Blástula: esfera oca onde a camada de células que envolve a blastocele (cavidade); 
Gástrula: forma o arquêntero, a mesentoderme e a ectoderme; 
Nêurula: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior; 
Organogênese: formação dos órgãos.


A formação da gástrula a partir da blástula apresenta notável diferença Embriologia conforme seja estudada num animal inferior (o anfioxo, por exemplo) ou no e Histologia homem. O anfioxo é um pequenino animal marinho, com aspecto parecido com o de um peixe. Durante sua formação embrionária, a blástula começa a sofrer invaginação num dos pólos. A invaginação se acentua até que esse pólo encontre o outro. A essa altura, o corpo multicelular assume o formato de um balão, cuja parede é constituída de duas camadas, e dotado de uma boca. A boca desse “balão”
recebe o nome de blastóporo. 
Esta formada a gástrula. A formação da gástrula pelo processo visto, é chamada de gastrulação por embolia. E a gástrula com apenas dois folhetos embrionários (ectoderma e endoderma) é a gástrula didérmica.
Nos mamíferos, ocorre a gastrulação por epibolia. A blástula (aqui também chamada blastocisto) mostra-se como uma esfera formada de uma só camada de células. Mas num dos pólos dessa blástula encontramos um grupamento de células voltado para a cavidade blastular que recebe o nome de embrioblasto. É a partir do embrioblasto que vai originar-se a gástrula e, por conseguinte, o embrião. A camada de células que delimita toda a blástula é chamada de trofoblasto. Ao trofoblasto vai competir formar a placenta.
As células do embrioblasto começam a se organizar, formando duas camadas superpostas: o ectoderma (com células altas) e o endoderma (com células pequenas). As duas camadas juntas constituem o disco embrionário. Quando vistas de cima, revelam contorno circular ou discóide. Acima do disco, fica um pequeno espaço sem células, que é a vesícula. Abaixo, surgirá, em breve, outra cavidade, que será a vesícula vitelina.
O recurvamento dos bordos dos discos embrionário para baixo (como um disco de cera que derretesse sobre uma pequena esfera) faz com que ele assuma o formato de um balão de paredes duplas.
A gástrula didérmica deve evoluir para gástrula tridérmica. Para isso, deverá surgir um terceiro folheto embrionário – o mesoderma –, que se situará entre o ectoderma e o endoderma. A fim de que isso ocorra, uma região do endoderma, chamada mesentoderma, forma duas evaginações laterais, que acabam por se transformar em duas bolsas. Essas bolsas, finalmente, se estrangulam e se desprendem do mesentoderma que lhes deu origem. O desenvolvimento dessas bolsas levará ao aparecimento dos dois folhetos mesodérmicos, dos quais um ficará aderido ao ectoderma, com ele formando o que chamamos de somatopleura, e o outro ficará agrupado ao endoderma, formando juntamente com ele a esplancnopleura. O espaço interior do corpo embrionário delimitado pela somatopleura e pela esplancnopleura recebe o nome de celoma.
Enquanto o mesoderma se forma, simultaneamente o ectoderma sofre, ao longo do dorso da gástrula, um aprofundamento em forma de sulco. Os bordos desse sulco se fecham e surge um canal ou tubo que se desprende do ectoderma que lhe deu origem. Essa formação é o tubo neural. Ao mesmo tempo em que isso se passa o mesentoderma também sofre uma evaginação longitudinal, que acaba por dar origem a um cordão que dele se desprende. Esse cordão longitudinal que se situa entre o tubo neural e o arquêntero é a notocorda, notocórdio ou cordão dorsal.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Coloração

Objetivo da coloração

Os cortes de tecidos apresentam-se incolores após a microtomia. A coloração visa contrastar as estruturas teciduais. A ação da maioria dos corantes se baseia na interação entre os radicais ácidos ou básicos dos elementos químicos dos mesmos com os dos tecidos.


Corantes Ácidos e Básicos: Eosina e Hematoxilina

A hematoxilina é um corante básico que carrega uma carga positiva na porção da molécula que irá conferir cor ao tecido. Corantes básicos reagem com componente aniônicos das células e tecidos, os quais incluem grupos fosfatos, ácidos nucléicos, grupos sulfatos de glicosaminoglicanas e grupos carboxila das proteínas. A habilidade de grupos aniônicos reagirem com corantes básicos é chamada basofilia, estruturas celulares que se coram com corantes básicos são denominadas basófilas. Estruturas celulares que podem ser coradas com corantes básicos incluem heterocromatina, nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem. A hematoxilina cora geralmente as estruturas em azul. Corantes ácidos reagem com componentes catiônicos das células e tecidos. Quando usados juntamente com corantes básicos como a hematoxilina, coram o citoplasma, filamentos citoplasmáticos e fibras extracelulares. A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa.
Hematoxilina e eosina são corantes adequados para evidenciar características estruturais, mas eles não são capazes de revelar todos componentes celulares. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Referências


TÉCNICA PARA OBTENÇÃO DE LÂMINAS (preparados histológicos permanentes)


1º Passo. Colheita do material - é a obtenção da peça, por biópsia (animal vivo) ou necropsia (animal morto).

2º Passo. Fixação - o tratamento assim denominado visa impedir a destruição das células por suas próprias enzimas (autólise), ou bactérias. Este tratamento é feito imediatamente após a retirada do material (biópsia), ou até antes (fixação por perfusão do animal). A fixação visa ainda endurecer os tecidos, tornando-os mais resistentes e favoráveis às etapas subsequentes da técnica histológica.
Resumindo, pode-se dizer que a fixação é o tratamento da peça histológica a fim de que possamos observar ao microscópio os componentes teciduais, com a morfologia e a composição química semelhantes às existentes no ser vivo. A fixação pode ser feita por processos físicos ou químicos. A fixação química, mais usada em Histologia, é feita por fixadores que podem ser simples ou compostos. Como exemplo de fixador simples temos o formol e, de composto, citamos o líquido de Bouin (uma mistura de formol, ácido pícrico e ácido acético).

3º Passo. Desidratação - visa retirar a água dos tecidos, a fim de permitir a impregnação da peça com parafina. Para isto, a peça é submetida a banhos sucessivos em álcoois de teor crescente (ex.: álcool a 70%, 80%, 90% e 100%).

4º Passo. Diafanização - visa impregnar a peça com um solvente de parafina. O mais usado é o xilol.

5º Passo. Impregnação pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a obtenção de cortes suficientemente finos para serem observados ao microscópio. Para isso os tecidos devem ser submetidos a banhos de parafina a 60°C, no interior da estufa. Em estado líquido, a parafina penetra nos tecidos, dando-lhes, depois de solidificada, certa dureza.

6º Passo. Inclusão - é a passagem da peça que estava na estufa para um recipiente retangular (forma) contendo parafina fundida que, depois de solidificada à temperatura ambiente, dá origem ao chamado “bloco de parafina”. A inclusão pode também ser feita com celoidina, gelatina ou resorcina epóxi, sendo estas últimas usadas para microscopia eletrônica.

7º Passo. Microtomia - é a etapa em que se obtém delgadas fatias de peças incluídas na parafina, através de um aparelho chamado micrótomo, que possui navalha de aço. A espessura dos cortes geralmente varia de 5 a 10 um (micrômetros). (1 um = 0,001 mm)

8º Passo. Extensão - os cortes provenientes da microtomia são “enrugados”. Para desfazer estas rugas, são esticados num banho de água e gelatina a 58°C, e “pescados” com uma lâmina. Leva-se então, à estufa a 37°C, por 2 horas, para que se dê a colagem do corte à lâmina, pela coagulação da gelatina contida na água quente.

9º Passo. Coloração - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos tecidos, tornando-os visíveis e destacados uns dos outros. Para realizá-la, são observados 3 itens:

  • Eliminação da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou toluol.
  • Hidratação - é executada quando o corante utilizado é solúvel em água. Deve ser gradativa, com álcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos.
  • Coloração - os corantes são compostos químicos com determinados radicais ácidos ou básicos que possuem cor, e apresentam afinidade de combinação com estruturas básicas ou ácidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante básico, que se liga aos radicais ácidos dos tecidos, e eosina, corante ácido que tem afinidade por radicais básicos dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes ácidos são chamados acidófilos e os componentes que se combinam com corantes básicos são chamados basófilos. Por exemplo, os núcleos das células, onde predominam substâncias ácidas (DNA), são basófilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante básico de cor roxa); por sua vez, o citoplasma, onde predominam substâncias básicas (proteínas estruturais), é acidófilo, corando-se pela eosina (corante ácido de cor rosa).


10º Passo. Desidratação - visa retirar a água, quando os corantes utilizados forem soluções aquosas, a fim de permitir perfeita visualização dos tecidos, pois a água possui índice de refração diferente do vidro, e ainda prevenir a difusão dos corantes. Para isto usam-se banhos em álcoois de teor crescente.

11º Passo. Diafanização - a diafanização é feita com xilol, a fim de tornar os cortes perfeitamente transparentes.

12º Passo. Montagem - é a etapa final da técnica histológica, e consiste na colagem da lamínula sobre o corte, com bálsamo do Canadá, que é solúvel em xilol e insolúvel em água. A lamínula impede que haja hidratação do corte pela umidade do ar ambiente, permitindo então que estas lâminas se mantenham estáveis por tempo indefinido. Após a montagem, levam-se as lâminas à estufa, para secagem do bálsamo do Canadá.

MANEJO DO MICROSCÓPIO


1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação.

2. Abrir totalmente o diafragma e colocar o sistema condensador - diafragma na posição mais elevada, pois é aquela que permite melhor iluminação.

3. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de menor aumento (4X).

4. Tomar a lâmina com a lamínula para cima e colocá-la na platina, prendendo-a com os grampos.

5. Movimentar o charriot, fazendo com que o preparado fique em baixo da objetiva.

6. Com o parafuso macrométrico, elevar a platina ao máximo, observando que a objetiva não toque na lamínula, pois poderá quebrá-la.

7. Focalizar a preparação para a obtenção de uma imagem nítida, movimentando o parafuso macrométrico e abaixando a platina até que se possa visualizar a imagem.

8. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico.

9. Colocar a região do preparado que se quer ver com maior aumento bem no centro do campo visual da lente.

10. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de 10X (aumento médio).

11. Repetir o procedimento do item 6.

12. Para focalizar a nova imagem, repetir o procedimento do item 7.

13. Repetir o item 8.

14. Repetir o item 9.

15. Colocar a objetiva de 40X (maior aumento) em posição e repetir os itens 6, 7 e 8.

16. A objetiva de 100X é chamada de imersão e seu uso será explicado posteriormente.

OBSERVAÇÕES:
1. A maior parte de nossos microscópios possuem lentes parafocais. Isto significa que, uma vez obtido o foco com a objetiva de menor aumento, basta girar o revólver, colocar a objetiva 10X em posição e acertar o foco apenas com o parafuso micrométrico.

2. Age-se da mesma forma, ao focalizar a objetiva 40X, desde que a imagem esteja em foco com a objetiva 10X.

3. A objetiva de 100X é chamada “de imersão” e seu uso será explicado oportunamente.

4. O aluno deverá repetir várias vezes as operações descritas no “manejo do microscópio”, a fim de atingir maior desenvoltura no manuseio do microscópio óptico.

Tipos de Microscopia

Microscopia de fundo escuro
É uma aplicação do princípio de Tyndall. Assim os corpúsculos a examinar são fortemente iluminados por feixes luminosos que penetram lateralmente, o que é conseguido com condensadores especiais. Deste modo, a única luz que penetra na objectiva é a difractada pelas partículas presentes na preparação, pelo que passam a ser visíveis em fundo escuro

Microscopia de fluorescência
Permite observar microorganismos capazes de fixar substâncias fluorescentes (fluorocromos). A luz UV, ao incidir nessas partículas, provoca a emissão de luz visível e observa-se os microorganismos  brilham em fundo escuro. Como exemplo, o bacilo da tuberculose fixa a auramina, pelo que o diagnóstico da doença pode ser feito por microscopia de fluorescência.

Microscopia de contraste de fase
Permite a observação de microrganismos vivos, sem coloração, através do contraste devido à diferença de fase dos raios luminosos que atravessam o fundo relativamente à fase da luz que atravessa os microrganismos. Esta diferença de fase é conseguida por utilização de uma objectiva de fase, que consiste num disco de vidro com um escavação circular, de modo que a luz que atravessa a escavação tem diferença de 1/4 de fase em relação à que travessa a outra porção do vidro. Assim, os objectos não corados podem funcionar como verdadeiras redes de difracção, pois os pormenores da sua estrutura resultam de pequenas diferenças nos índices de refracção dos componentes celulares, e estes originam diferenças de fase nas radiações que os atravessam


Microscopia Eletrônica
Microscopia que utiliza um feixe de elétrons, em vez de luz, para visualizar a amostra permitindo assim uma grande amplificação. As interações dos elétrons com as amostras são usadas para fornecer informação sobre a estrutura fina da amostra. Na microscopia eletrônica de transmissão, as reações dos elétrons que são transmitidas através da amostra são transformadas em imagem. Na microscopia eletrônica de varredura, um feixe de elétrons incide em um ângulo não-normal sobre a amostra e a imagem é formada a partir de reações que ocorrem acima do plano da amostra.

Microscopia Eletrônica De Varredura - Microscopia na qual o objeto é examinado diretamente por uma varredura de feixe de elétrons na amostra ponto-a-ponto. A imagem é construída por detecção de produtos de interação da amostra que são projetados acima do seu plano como elétrons dispersos no plano oposto. Embora a microscopia eletrônica de transmissão também varra ponto-a-ponto a amostra com o feixe de elétrons, a imagem é contruída pela detecção de elétrons, ou de seus produtos de interação que são transmitidos através do plano da amostra formando, desta maneira, a microscopia eletrônica de transmissão. 


sexta-feira, 9 de março de 2012

Lâmina do dia!


Lamelas do osso compacto.



Relação entre a área Observada e a Ampliação Utilizada

A medida do campo do microscópio pode ser feita com a ajuda de micrómetros de objetiva ou de ocular. Na sua falta, o papel milimétrico permite medir, aproximadamente, o campo do microscópio nas diferentes ampliações realizadas pelas lentes incorporadas em alguns componentes.

A área da superfície observada através do microscópio composto é sempre relativamente restrita e depende da ampliação utilizada. A área do material observado varia na razão inversa da ampliação que se utiliza. Deste modo, pode-se relacionar a área da superfície com as ampliações através da relação:

A 1 – ampliação mínima A 2 – ampliação média



Para ampliações maiores, a área observada é apenas de uma fração do milímetro. A redução progressiva da área observada é, no entanto, acompanhada de um aumento de detalhes. As maiores ampliações permitem a observação de áreas restritas, mas revelam pormenores não detectados com pequenas ampliações. Torna-se portanto desnecessária a montagem de grandes fragmentos para observação microscópica. Também objetos de dimensões superiores às da área do campo não podem ser completamente abrangidos.



Pode-se então concluir que se deve iniciar a observação microscópica utilizando pequenas ampliações, que permitam captar uma ideia de conjunto. A preparação deve ser percorrida nos vários sentidos a fim de se localizar a zona de maior interesse. Dessa zona selecciona-se os elementos de maior importância, centrando-os, e só depois se deve passar a objetivas de poder ampliador maior. Estas permitirão observar detalhadamente os pormenores desejados da preparação em causa.



Profundidade de Campo do M.O.C

Quando se utiliza o microscópio, pode-se observar preparações com três dimensões, ou seja, com largura, comprimento e profundidade.

Quando se observa nitidamente um certo plano, aqueles que se encontrarem acima ou abaixo do plano focado fica desfocado, apenas se conseguindo ver de modo pouco nítido. Isto significa que o campo do microscópio tem, também, uma certa profundidade, não sendo possível focar simultaneamente dois planos diferentes.

Como se sabe, a profundidade de campo do microscópio é muito pequena, o que implica que os objetos examinados ao microscópio devem ser de pequena espessura.

A operação de focagem é tanto mais delicada quanto menor for a distância focal do sistema, ou seja, quanto maior for a ampliação, mais delicada será a focagem e menos nítido ficará o plano que não estiver focado. Devido a isto, é importante que, durante a observação, se proceda a uma manobra constante do parafuso micrométrico de modo a poder-se visualizar nitidamente pormenores nos diferentes planos, visualizando todos os campos existentes, um de cada vez.

Características da Imagem M.O.C

O objecto a ser observado deve ser colocado muito perto do foco objeto do sistema da objetiva, para que se forme uma imagem real, invertida, de maiores dimensões, que vai servir de objeto em relação à ocular. Esta, dá uma imagem virtual, invertida (nos dois sentidos) em relação ao objeto a ser observado, que deve formar-se entre o ponto próximo e o ponto remoto do olho do observador, ou seja, virtual.

A partir da observação de uma qualquer imagem ao microscópio, pode-se reparar que como em sequência desta ser invertida, a imagem para se deslocar num determinado sentido, a preparação tem que se deslocar em sentido oposto.

No M.O.C., a ampliação e o campo de visualização são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior for a ampliação, menor a área da preparação observada. O contrário também se verifica.

quinta-feira, 8 de março de 2012

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Em homenagem ao dia uma lamina de glândulas mamárias.


Constituição do Microscópio Óptico Composto (M.O.C.)


A parte mecânica serve para dar estabilidade e suportar a parte óptica. Esta parte é constituída por:


Pé ou Base – suporta o microscópio, assegurando a sua estabilidade.

Braço ou Coluna – peça fixa à base, na qual estão aplicadas todas as outras partes constituintes do microscópio.

Tubo ou Canhão – cilindro que suporta os sistemas de lentes, localizando-se na extremidade superior a ocular e na inferior o revólver com objetivas.

Platina – peça circular, quadrada ou retangular, paralela à base, onde se coloca a preparação a observar, possuindo no centro um orifício circular ou alongado que possibilita a passagem dos raios luminosos concentrados pelo condensador.

Parafuso Macrométrico – engrenagem que suporta o tubo e permite a sua deslocação a da platina. É indispensável para fazer a focagem.

Parafuso Micrométrico – imprime ao tubo ou à platina movimentos de amplitude muito reduzida, completando a focagem. Permite explorara a profundidade de campo do microscópio.

Revólver – disco adaptado à zona inferior do tubo, que suporta duas a quatro objetivas de diferentes ampliações: por rotação é possível trocar rápida e comodamente de objetiva.

Charriot - dispositivo preso à platina, destinado a movimentar a lâmina em exame.

A parte óptica é constituída por:

Sistema de Oculares e Sistema de Objetivas – o conjunto de lentes que permitem a ampliação do objeto. A ampliação dada ao microscópio é igual ao produto da ampliação da objetiva pela ampliação da ocular.

Fonte Luminosa – existem vários tipos de fontes luminosas, podendo ser uma lâmpada (iluminação artificial), ou um espelho que reflita a luz solar (iluminação natural). Os dois tipos de iluminação tem virtudes e defeitos, mas destinam-se os dois à iluminação da preparação, possibilitando assim a sua visualização.

Condensador – distribui regularmente, no campo visual do microscópio, a luz refletida pelo espelho.
Diafragma – regula a intensidade luminosa no campo visual do microscópio.


A História do Microscópio

A História das lentes

Não se sabe ao certo quando as lentes foram inventadas. Já em 721 a.C, há relato de um cristal de rocha recortado com propriedades de ampliação. Contudo, as lentes passaram a ser realmente conhecidas e utilizadas por volta do ano 1280, na Itália, com a invenção dos óculos. Com sua rápida popularização, logo começaram as primeiras experiências de combinação de lentes para aplicação em instrumentos de ampliação de imagens, resultando na criação do primeiro microscópio composto (duas ou mais lentes).

O surgimento do microscópio

O microscópio, é o aparelho capaz de aumentar a imagem de pequenos objetos. O crédito pela invenção do microscópio é dado ao holandês Zacharias Jansen, por volta do ano 1595. Como era muito jovem na época, é provável que o primeiro microscópio, com duas lentes, tenha sido desenvolvido pelo seu pai, Hans Jansen. 

Contudo, era Zacharias quem montava os microscópios, distribuídos para realeza européia. No início, o instrumento era considerado um brinquedo, que possibilitava a observação de pequenos objetos.


A Ciência e o Microscópio

O século XVII foi um período de grande interesse pelos microscópios. A própria palavra microscópio foi oficializada na época pelos membros da Academia dei Lincei, uma importante sociedade científica. Contudo, ainda havia dúvidas sobre a importância do instrumento para a ciência. A magnificação dos objetos obtida, em torno de nove vezes, não permitia observar coisas realmente novas. Ainda não se suspeitava que uma estrutura presente em todos os tecidos vivos logo estaria ao alcance dos nossos olhos, com a ajuda dos microscópios: a célula.




A geração seguinte

No final do século XVII, os microscópios sofreram uma mudança em seu desenho básico. Devido provavelmente à instabilidade do sistema lateral de sustentação, um tripé de apoio passou a ser utilizado. O primeiro esquema de microscópio com tripé foi divulgado na Alemanha em 1631. Contudo, somente em 1683, o microscopista inglês John Yarwell construiu o primeiro modelo de que se tem notícia.

Aparecimento do Microscópio

No estudo das ciências biológicas tem sido particularmente importante o microscópio óptico, uma vez que permite observações que estão fora do alcance da visibilidade direta do olho humano.

A estrutura pormenorizada dos seres vivos e essa infinidade de coisas tão pequenas que já se conhecem, estariam ainda no vasto campo da ignorância humana se não existisse o microscópio. No entanto, a sua missão está ainda muito longe de se julgar cumprida e dele muito ainda se deve esperar.

Nos finais do século XVI, depois de quatro séculos a aperfeiçoar e dar novas utilizações às lentes, foi criada a lupa por Galileu e, usando-a, efetuou as primeiras observações de objectos e seres. Com ele os cientistas da época foram capazes de encontrar nos seres que já conheciam novos pormenores e características.

No século XVI, a construção de aperfeiçoamento do microscópio, particularmente do sistema de lentes, expandiu-se. Antonie Van Leeuwenhoek e Zacharias Jansen, fabricantes de óculos, desenvolveram os primeiros microscópios simples e compostos, respectivamente. Estes aparelhos utilizavam a luz refletida pelo objeto fortemente iluminado. Vários modelos foram a seguir construídos, entre os quais alguns de valor histórico, como por exemplo, o de Robert Hooke.

Mas teria de decorrer quase um século até que o microscópio óptico composto, sucessivamente aperfeiçoado, fosse capaz de permitir imagens de grande qualidade.

O holandês Antonie van Leewenhoek construiu microscópios de apenas uma lente, pequena e quase esférica, entre duas placas de cobre, aperfeiçoando o instrumento. Ele foi o primeiro a utilizar o microscópio visando o entendimento da natureza e por isso estudou materiais como água estagnada, embriões de plantas, sangue, esperma e visualizou micro-organismos.

Robert Hooke foi encarregado de construir um microscópio ainda mais poderoso. Ele desenvolveu um aparelho com duas lentes ajustadas nas extremidades de um tubo de metal. E por possuir duas lentes, a ocular e a objetiva, ficou conhecido como microscópio composto. Com isso, novas pesquisas foram realizadas e a tecnologia aprimorada.